No início, não havia luz, nem escuridão, apenas o vasto e insondável vazio que permeia a existência, um abismo primordial onde os conceitos de tempo e espaço jaziam adormecidos nas garras do não-ser. Foi deste nada, desta ausência total, que brotou a centelha primordial, um sussurro de vida na imensidão silenciosa, dando início ao grande drama cósmico que é a origem de tudo.
Como um sonho que se insinua na mente de um deus adormecido, a realidade começou a se moldar, tecendo-se lentamente nas tramas do destino, um tapeçar de possibilidades infinitas. Estrelas nasceram e morreram no piscar de um olhar eterno, galáxias dançaram em valsa com a gravidade, e mundos foram esculpidos pela mão invisível da criação, cada um um palco para o desenrolar de histórias incontáveis.
Neste cenário, onde o caos e a ordem se entrelaçam em um eterno embate, emergiram as primeiras centelhas de consciência, seres capazes de contemplar a grandeza e o terror do universo que os cercava. Com olhos voltados para as estrelas, essas criaturas começaram a questionar sua própria origem, a buscar respostas nos cantos mais escuros da existência, onde verdades antigas aguardavam, veladas por segredos inomináveis.
Foi então que, em sua busca incansável, alguns entre esses seres ousaram olhar além do véu que separa o conhecido do desconhecido, tocando a essência do cosmos com suas mentes ávidas. O que encontraram foi um terror indescritível, uma verdade tão profunda e perturbadora que ameaçava despedaçar a própria sanidade: a noção de que, por trás de toda criação, jaziam forças ancestrais, entidades cósmicas cuja existência precedia o tempo, seres cujos desígnios eram tão alienígenas quanto os abismos negros entre as estrelas.
Essa revelação, embora aterradora, trouxe consigo um conhecimento arcano, a compreensão de que a origem de tudo não reside em deuses benevolentes ou em teorias científicas, mas sim em um tecido complexo de realidades que se entrecruzam, onde magia e ciência são faces da mesma moeda incompreensível.
Assim, a busca pela verdade se tornou uma jornada não apenas de descoberta, mas de sobrevivência, um caminho sinuoso que se desdobra através de dimensões inexploradas, habitadas por criaturas de pesadelo e maravilhas além da imaginação. É uma jornada sem fim, pois a origem de tudo é um mistério que se renova a cada olhar, um enigma que desafia os limites da compreensão.
E, no coração desse mistério, encontra-se a mais profunda das verdades: que, em sua essência, o universo é um palimpsesto de histórias, uma narrativa escrita nas estrelas, aguardando por aqueles corajosos o suficiente para lê-la.